terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Comunicado

O Compromisso para a Competitividade e o Desenvolvimento, recentemente assinado pela UGT, pelo Governo pelas confederações patronais em sede de concertação social, não é o nosso acordo.
Todavia, não podemos analisá-lo, discuti-lo e sobre ele nos pronunciarmos sem levarmos em linha de consideração a atualidade económica envolvente.
Porque repudiamos a demagogia, a falsidade e a desinformação, entendemos que o acordo tripartido alcançado, embora longe de satisfazer todos os anseios e expectativas dos trabalhadores, foi o acordo possível, sem o qual tudo acabaria por ser bem pior para aqueles que prometemos defender – os trabalhadores.
Ora, tal acordo não significa, para nós, um ponto de chegada. Bem ao contrário, entendemo-lo como um ponto de partida, para que, a partir daqui os legítimos representantes dos trabalhadores possam continuar a lutar com firmeza pela melhoria das condições traduzidas no acordo.
Em última análise poderá afirmar-se que o acordo é um instrumento que reflete alguma prudência.
Com efeito, aos cenários apocalíticos e catastrofistas que são desenhados pelos seus detratores, há que contrapor uma análise serena e de boa-fé.
Portugal encontra-se numa encruzilhada em relação à qual ninguém poderá prever o futuro. E o caminho tem de ser feito caminhando. Neste momento, o financiamento de que o nosso país dispõe permite um horizonte de quinze meses, uma vez que é em Maio de 2013 que será revisto.
Tal lapso de tempo, face à turbulência económica que avassala não apenas os países da zona euro mas também toda a União, acaba por ser uma eternidade, uma vez que os acontecimentos sem sucedem em catadupa, frequentemente sem possibilidade de controlo por parte dos Estados membros.
Prever o que acontecerá até Maio de 2013 e depois dessa data constitui um mero exercício de futurologia ociosa. E é por isso que os trabalhadores e as suas organizações representativas têm de estar municiados de instrumentos que, admitindo muito embora cenários menos bons, possibilitem também que estejam preparados para recuperar muitos dos benefícios que até agora têm vindo a perder.
Por tudo quanto fica dito, os TSD do Porto manifestam apoio à política de diálogo construtivo seguido pela UGT e que culminou com a assinatura de um acordo que, em última análise, poderá considerar-se patriótico.

Secretariado Distrital dos TSD Porto, em 7 de fevereiro 2012