O Compromisso para a
Competitividade e o Desenvolvimento, recentemente assinado pela UGT, pelo
Governo pelas confederações patronais em sede de concertação social, não é o
nosso acordo.
Todavia, não podemos analisá-lo,
discuti-lo e sobre ele nos pronunciarmos sem levarmos em linha de consideração
a atualidade económica envolvente.
Porque repudiamos a demagogia, a
falsidade e a desinformação, entendemos que o acordo tripartido alcançado,
embora longe de satisfazer todos os anseios e expectativas dos trabalhadores,
foi o acordo possível, sem o qual tudo acabaria por ser bem pior para aqueles
que prometemos defender – os trabalhadores.
Ora, tal acordo não significa,
para nós, um ponto de chegada. Bem ao contrário, entendemo-lo como um ponto de
partida, para que, a partir daqui os legítimos representantes dos trabalhadores
possam continuar a lutar com firmeza pela melhoria das condições traduzidas no
acordo.
Em última análise poderá
afirmar-se que o acordo é um instrumento que reflete alguma prudência.
Com
efeito, aos cenários apocalíticos e catastrofistas que são desenhados pelos
seus detratores, há que contrapor uma análise serena e de boa-fé.
Portugal encontra-se numa
encruzilhada em relação à qual ninguém poderá prever o futuro. E o caminho tem
de ser feito caminhando. Neste momento, o financiamento de que o nosso país
dispõe permite um horizonte de quinze meses, uma vez que é em Maio de 2013 que
será revisto.
Tal lapso de tempo, face à
turbulência económica que avassala não apenas os países da zona euro mas também
toda a União, acaba por ser uma eternidade, uma vez que os acontecimentos sem
sucedem em catadupa, frequentemente sem possibilidade de controlo por parte dos
Estados membros.
Prever o que acontecerá até Maio
de 2013 e depois dessa data constitui um mero exercício de futurologia ociosa.
E é por isso que os trabalhadores e as suas organizações representativas têm de
estar municiados de instrumentos que, admitindo muito embora cenários menos
bons, possibilitem também que estejam preparados para recuperar muitos dos
benefícios que até agora têm vindo a perder.
Por tudo quanto fica dito, os
TSD do Porto manifestam apoio à política de diálogo construtivo seguido pela UGT e
que culminou com a assinatura
de um acordo que, em última análise, poderá considerar-se patriótico.
Secretariado Distrital dos TSD Porto, em 7 de fevereiro 2012